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Inconsequência

por Edson Almeida* em 03 de Fevereiro de 2014 12:22

Torcedor desesperado manda e-mail pedindo para a imprensa fazer campanha para que Souza volte logo ao ataque e o técnico Marquinhos Santos seja imediatamente banido, porque ainda não deu uma cara tática ao Bahia e a classificação do time na Copa do NE está bastante complicada.
 
Só não é correta o primeiro pedido, porque não cabe à crônica esportiva pedir para que jogador seja aproveitado, mas não se pode ignorar o desejo de torcedores que, apesar dos desmandos fora de campo de Souza, têm ainda grande admiração pelo artilheiro. Fato perfeitamente compreensível. 
 
O segundo apelo é esdrúxulo. Não assenta bem cronistas fazerem campanha sistemática para derrubar treinador ou quem quer que seja. E tem mais: o único erro dos novos dirigentes tricolores foi presumir, como em administrações fracassadas recentemente que, ao contratar vários reforços, o time já estaria completamente pronto para sair batendo em todo mundo e conquistando títulos e glórias.
 
Os tempos mudaram em todos os segmentos – e o futebol foi uma das atividades mais dinâmicas. Houve uma revolução na maioria dos clubes e alguns que praticamente monopolizavam todas as conquistas, como foi o caso do Bahia, tiveram adversários que se fortaleceram ou o mercado se tornou muito mais difícil, exigindo novos caminhos e atitudes.
 
Ademais, o papel da crônica é o de analisar e opinar sobre os fatos, não o de sair correndo para dentro de clubes com soluções mirabolantes e recuperadoras. O Bahia vai ter que trabalhar exaustivamente, buscar os meios mais adequados para sua recuperação, que sempre apresenta idas e vindas, ganhos e perdas, até voltar a ser aquele clube colecionador de títulos. Esta, sim, é a forma prática da imprensa colaborar.
 
Nem tudo está perdido na Copa do NE. Primeiro, o Tricolor tem que fazer o seu papel, que é o de vencer o CSA nesta quarta-feira, na Arena Fonte Nova. Depois, esperar que o Santa Cruz não ganhe do Vitória da Conquista que, mesmo sendo o time mais fraco do grupo, vai jogar em seus domínios.
 
Outra coisa: é preciso que todos os torcedores se conscientizem de que o Bahia está começando um trabalho de reformulação e que seria mesmo um milagre o técnico chegar, pegar um grupo heterogêneo e formar uma equipe de primeira qualidade.
 
O Vitória, por exemplo, já se classificou com antecipação, trouxe para a Copa NE um grupo mais homogêneo, base da temporada passada, mas tem que se reconhecer que ainda não joga um grande futebol. Apenas o suficiente para conseguir a vaga sem pesadelos. Outro raciocínio fica por conta da inconsequência.

Edson Almeida* é comentarista esportivo do Galáticos na Itapoan FM

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