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Democracia nos clubes de futebol: Bonita, mas perigosa!

por Coinho Fonseca em 11 de Março de 2015 10:47

Vejo alguns clubes brasileiros tentando adotar princípios democráticos para escolha dos seus dirigentes.

A principio é ser uma medida louvável, transparente, justa, que valoriza o torcedor e que dialoga o regime político do nosso país.

Acontece, porém, que o ramo futebolístico é dinâmico e complexo, onde a margem de erro é muito pequena, e um erro, em uma temporada, pode causar grandes prejuízos ao próprio clube.

Quero dizer que é arriscado demais abrir a possibilidade onde qualquer pessoa possa dirigir um clube de futebol. Penso que pra essa função é preciso anos de atuação em cargos menores para aquisição de experiência no mundo do futebol.

Para ser presidente de uma agremiação, ser torcedor e honesto é importante, é fundamental, é o básico... Mas isso só não basta! É preciso saber negociar com patrocinadores em potencial, com agentes de jogadores, ter visão de mercado, credibilidade no meio do futebol e etc. Acontece que esses atributos só vêm com o tempo.

Agora vamos a um exemplo concreto do risco da democracia no futebol: O Esporte Clube Bahia recentemente realizou eleições diretas, venceu Marcelo Santana. Acontece que entre os adversários de Santana, estava lá concorrendo com as mesmas possibilidades de ser presidente o tal Binha de São Caetano – Aqui abro um parêntese pra dizer que não estou discutindo as chances de Binha vencer as eleições, que, como se sabe e se viu, eram praticamente inexistentes – Quero apontar como a simples existência dessa possibilidade abre um precedente, a meu ver, muito perigoso. Pense: E se Binha ganha...? Oficialmente, legitimamente, teria que assumir o cargo pelas vias legais. Volto ao ponto que defendi quando afirmei que não basta amar o clube e ser honesto, isso é obrigação. Pra ser Presidente é preciso muito mais.

Alguns podem argumentar: “Mas cabe à torcida fazer a melhor escolha”. Certo, porém, os riscos não acabam por ai...

E se milhares de torcedores do clube rival se articularem e se associarem ao clube adversário com o único propósito de eleger um Presidente com intenção, digamos, deliberada de prejudicar a agremiação. Imaginem a hipótese de, por exemplo, 100 mil corintianos se associarem ao Palmeiras para poder ter direito a voto na eleição palmeirense? Oficialmente, são eleitores aptos e ninguém poderá fazer nada.

Recentemente, no Vasco, uma das torcidas organizadas já lançou um candidato genuinamente da tal torcida. Imaginem, mais uma vez, o risco que se corre...

Portanto, sou contra a Democracia no futebol para escolha de Presidente nos Clubes. Penso que para ocupar tal cargo, é preciso experiência e essa só vem com o tempo, não tem formula mágica.

Repito que o futebol não permite erros. Se errar, é rebaixamento certo e prejuízo concreto. Não se pode correr o risco de que qualquer pessoa possa chegar ao cargo de presidente de um clube assim de forma tão repentina. Tenho certeza que, no futuro, muito irão ver que este não é o caminho ideal, embora muito simpático aos olhos de alguns. Não aos meus!

No mundo ideal, penso que quem almejar o posto de comandante de um clube deve começar por baixo: dos estágios e gradativamente ir se promovendo até sua chegada ao topo. Assim como acontece nas grandes organizações.

Obviamente, começar cedo não é sinônimo de sucesso, mas, sem dúvidas é um risco muito menor que se corre.

É isso...

*Coinho Fonseca é Estudante de História da UNEB e Torcedor do Esporte Clube Vitória.             

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