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Uma novela chamada 'Renovação de Escudero'

por Tarso Duarte (@tarsoduarte) em 11 de Dezembro de 2015 18:40

Correta a posição tomada pela direção do Vitória quando o assunto é a renovação de contrato do ‘Mito’ Escudero, ídolo da torcida que participou da campanha do acesso. As respostas a várias perguntas sobre o processo demoraram de forma desenecessária, mas vieram nesta sexta-feira (11). Se o clube tem um planejamento, com números definidos, teto salarial, número de atletas que podem passar desse ‘teto’, nem mesmo Escumito pode estar acima disso, ele não é maior que o Esporte Clube Vitória.
 
Por outro lado, essa mesma direção precisa corrigir uma falha nesta dita negociação, e essa falha é a dívida com o empresário do atleta, José Luiz Galante. Se quiser ser encarado como um time de primeira divisão, o Vitória não pode deixar de cumprir uma obrigação que diz respeito a um atleta essencial do time. Se assim for, que comportamento esperar com o agente que representa o jovem reserva?
 
A partir do pagamento desta dívida, a direção já poderia entrar com uma postura mais confiante na negociação de renovação. Qualquer que fosse o resultado das negociações, ao menos a impressão seria de que os cartolas rubro-negros fizeram de tudo para manter o atleta.
 
Veja bem, ‘fazer de tudo’ não quer dizer dobrar o salário do atleta, e sim se esforçar dentro do seu orçamento. ‘Fazer de tudo’ neste caso poderia até ser uma proposta com um salário inferior ao atual. O salário do atleta, por sinal, já é alto, é de jogador caro até na primeira divisão.
 
A renovação de Escudero é o principal ponto de partida para a importante montagem de time que o Vitória está fazendo. Precisa ser resolvida de maneira rápida, para a continuação ou para o término do vínculo. Escudero seria um dos jogadores ‘caros’ do elenco. Se não vai ser ele vai ter que ser outro.
 
E é aí que na minha visão está o ponto mais importante nesta negociação.
 
Quem viria para substituir Escudero? Viria quando? Depois do Campeonato Baiano? É isso?
 
Para não ficar vago, vamos falar de nomes, nomes que foram ou podem ser especulados. Leandro Domingues e Tiago Real por exemplo.
 
Quanto ganharia Leandro Domingues? Ele viria para o Vitória? Ainda tem qualidade? Nome repetitivo? Quanto ganharia Tiago Real? Ele viria para o Vitória?
 
Claro que existem outros nomes, nomes que não passaram pelo futebol baiano. Aí já parte do perfil que a direção procura, mas mais importante que isso é que os gestores do futebol do Vitória coloquem essas variáveis de substituição quando sentarem para negociar com Galante, ou quem quer que seja.
 
No que diz respeito ao aproveitamento de ‘ídolos’, a direção comandada por Raimundo Viana acertou até agora. O maior artilheiro do Barradão, Neto Baiano, foi dispensado e suas polêmicas não fizeram falta na campanha do acesso.
 
‘Vovô Mundico’, Manoel Matos e Anderson Barros precisam avaliar, e rápido, as opções e decidir o quanto podem investir para manter o argentino. Tanto o ambiente do time que vai se reapresentar em janeiro quanto a qualidade técnica da equipe comandada por Mancini caminham junto com essa negociação digna de novela mexicana.
 
Em tempo
 
Não cheguei a citar valores, mas o senso comum da imprensa baiana diz que Escudero ganha em torno de R$ 180 mil mensais. A partir deste número é que se torna ‘chata’ a dívida de R$ 500 mil com o empresário do atleta. Oras, um clube com orçamento e folha salarial como a do Vitória precisou mesmo manter uma dívida, reconhecida pelos dirigentes rubro-negros, por tanto tempo? Sem sequer poder negociar? Parcelar? É preciso o final do contrato do atleta para sentar e negociar?
 
Em tempo 2
 
Impossível publicar um texto opinativo sobre o Esporte Clube Vitória e não citar a briga política que tomou conta do Barradão. Sinceramente, espero apenas que os dois ‘lados’ levem em conta o clube e o futuro deste nos ‘duelos’ que estão ocorrendo e que estão por vir.
 
Oposição tem sempre que existir, mas se na sua maioria os envolvidos tem muitos serviços prestados ao Vitória, a disputa pelo poder não pode chegar ao ponto de prejudicar o maior bem que clube tem: a sua torcida.

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