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Bellintani avalia gestão no Bahia, assume erros e promete mudanças no setor de futebol do clube

por Pevê Araújo em 11 de Dezembro de 2020 00:00

O presidente do Bahia, Guilherme Bellintani, concedeu entrevista exclusiva para o site Galáticos Online nesta sexta-feira (11) e falou sobre os primeiros anos no comando da gestão do Tricolor. O atual mandatário disputa nova eleição neste sábado (12). 

"Os três anos do primeiro mandato foram substanciais, significativos para que a gente consiga fazer uma evolução muito grande dentro do clube, uma evolução que passou por um novo patamar econômico. A gente mais do que dobrou as receitas nesses primeiros anos de mandato", disse Bellintani.

"Uma evolução patrimonial também. Inauguramos o CT, fizemos uma política muito mais arrojada de relacionamento com a Arena Fonte Nova, conquistamos coisas importantes como marca própria de uniformes, loja e agora o museu do clube", continuou.

O presidente acrescentou que o futebol praticado pelo Bahia não acompanhou a evolução administrativa do clube e prometeu reformular a gestão. "A gente vai ter que corrigir rumos, principalmente reestruturando a diretoria de futebol, trazendo mais pessoas também com capacidade alta de consolidar uma nova política de futebol para o clube", afirmou o presidente.

Além da mudança na diretoria de futebol, Guilherme Bellintani afirmou que vai buscar a recuperação financeira do Bahia, prejudicada por conta da Covid-19. "A pandemia vai trazer um déficit de em torno de R$ 25 em 2020 e isso vai ser muito impactante para o futuro do clube. Se for mal administrado, pode colocar o Bahia numa rota de tragédia financeira já vista em outros clubes, inclusive no nosso rival aqui, no próprio Vitória", lembrou.

"O foco de 2021 é a gente conseguir a recuperação financeira do clube e a gente já mostrou que tem capacidade para isso, porque a gente alcançou no primeiro triênio", apontou Bellintani.

Ações afirmativas

O Bahia é um dos clubes mais engajados em causas sociais do Brasil. As ações afirmativas, no entanto, provocam certo descontentamento por parte de alguns setores da torcida. De acordo com Bellintani, o núcleo de ações afirmativas do Tricolor não assume pautas com direcionamento político, mas luta pela liberdade.

"O problema do núcleo de ações afirmativas é que ele toca em pontos que as vezes mexe com a polarização do país. As pessoas entendem que as ações afirmativas significam um lado dessa polarização, o que é uma leitura equivocada", falou o presidente.

"A defesa das políticas de gênero e especialmente a defesa por exemplo da presença das mulheres nos estádios, de forma mais protegida, de forma mais natural, a presença da mulher no estádio deve ser visto como algo absolutamente natural, ou as lutas contra o racismo, ou as lutas que querem e que defendem a inclusão LGBT dentro do futebol e a liberdade sexual das pessoas, essas lutas não deveriam ser lutas da esquerda ou da direita brasileira, deveriam ser lutas de todos", destacou Bellintani.

Direção de futebol do Bahia

Questionado sobre possíveis mudanças na diretoria de futebol do Bahia, Bellintani assumiu erros e prometeu a renovação do setor em caso de nova vitória na eleição.

"Eu cometi um erro que não cometi em outros setores do clube. Em todos os setores do clube, a gente tem um grupo de pessoas trabalhando em cima de um tema e que discutem de forma muito profunda cada decisão, que debatem cada decisão e que cada decisão importante tomada dentro do clube é fruto de uma decisão mais ampla. E isso faltou na diretoria de futebol. Nós escolhemos um modelo em que diretoria de futebol é sinônimo de diretor de futebol", disse.

"Quando a gente olha para a diretoria de futebol do Bahia hoje, a gente só vê a figura de Diego Cerri. Então, ele é o responsável praticamente único pelas decisões de sua diretoria, daquele seu seguimento. É lógico que as decisões são tomadas partilhadas comigo, com Vitor Ferraz, com o treinador do momento dentro do clube, com o departamento de análise de desempenho", afirmou.

Bellintani destacou que para mudar este cenário, será necessário realizar mudanças significativas na estrutura do futebol do Bahia. Com o objetivo de promover estas melhorias, o  presidente projetou um trabalho com foco em três seguimentos: relacionamento com mercado e com o elenco, política de contratações e gestão de vestiráio.

"A diretoria de futebol pode ir além. Ela pode também e haverá com a nova gestão, se a gente estiver a frente do clube, uma formatação muito clara também e um status maior para análise de desempenho e para decisões de cultura de dados dentro do clube. A gente precisa pesquisar muito mais", completou o presidente.

Outras partes da entrevista

Futebol de base do clube

"Eu acho que o comparativo entre base e profissional, ele é muito necessário, mas eles passam por momentos diferentes necessariamente. O profissional a gente vai partir para uma mudança de rumo na política de contratação, na estruturação da diretoria e no departamento de análise de desempenho para que a gente consiga dar resultados em campo que sejam proporcionais ao que nós tivemos fora de campo".

Falta de títulos na gestão 

"Eu acho que os títulos de grande relevância do clube são consequências de uma boa gestão. É muito comum a gente ver no futebol brasileiro que títulos importantes escondam gestões ruins. A gente viu isso no Cruzeiro recentemente. A conquista da Copa do Brasil no Cruzeiro escondeu a gestão temorosa que tinha ali dentro. Isso é muito comum em diversos clubes no Brasil"

"O que acontece no Bahia hoje é que a ausência de um título importante questiona em determinados momentos uma boa gestão. Isso é natural do futebol. O que a gente precisa fazer é primeiro corrigir os erros, entender que a gente também erra e que a gente também precisa fazer com que essa boa gestão traga resultado dentro de campo"
 


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